Visita ao Museu Medeiros e Almeida reforça ligação entre património e cultura queirosiana


Dando continuidade ao ciclo de visitas-guiadas promovido pelo Conselho Cultural do Círculo Eça de Queiroz, os Sócios visitaram o Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa. A iniciativa permitiu conhecer de perto uma das mais notáveis coleções de artes decorativas do país, reunida por uma figura de destaque no panorama empresarial e cultural do século XX português.

António de Medeiros e Almeida destacou-se na aviação comercial, na importação de automóveis e na indústria açoriana do açúcar. O êxito da sua atividade profissional deu-lhe os meios para reunir, ao longo da vida, uma vasta e eclética coleção de arte, que viria a integrar a Casa-Museu hoje gerida pela fundação que criou em 1973. O espaço abriu ao público em 2001 e continua a cumprir o objetivo de preservar e divulgar este património.

O Museu está dividido entre a Ala Antiga – a antiga residência, mantida como originalmente vivida – e a Ala Nova, composta por salas reconstituídas com apainelados, tetos pintados e decoração de época. Entre as cerca de 2.000 peças expostas encontram-se objetos de grande valor histórico e artístico, como um serviço de chá em prata portuguesa que acompanhou Napoleão Bonaparte no exílio, um relógio de bolso Breguet encomendado por Junot e capturado por Wellington, ou um leque da Imperatriz Eugénia do Montijo.

“Esta visita deu-nos acesso a um exemplo notável de mecenato e de visão cultural”, afirma António Ayres Gonçalves, Presidente do Conselho Cultural do CEQ. “A Casa-Museu de Medeiros e Almeida mostra como uma coleção privada pode transformar-se num bem público de enorme valor histórico e artístico. É esse espírito que o Círculo procura promover entre os seus Sócios”. A jornada cultural terminou com um almoço de convívio no restaurante 39 Degraus, na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, permitindo prolongar a troca de ideias num ambiente informal.